Flamenco experience

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O traje para dançar

O vestido das bailarinas é, provavelmente, o elemento mais chamativo do figurino num espetáculo flamenco. A sua origem remonta a finais do Séc. XIX e princípios do Séc. XX, quando as vendedoras iam às feiras do gado vestidas com modestas batas de algodão percal aos folhos.

A partir daí, as classes abastadas tomaram como referência essa peça de vestuário humilde para criar os seus vestidos mais sofisticados e com tecidos ricos.

O desenho, os materiais e os estampados das peças têm evoluído ao longo do tempo. Por um lado, tiveram a influência das modas, como a redução do comprimento das saias na década de 70, mas também a favor da qualidade e expressividade do espetáculo, permitindo um maior movimento da bailarina sem perder a sua função de acompanhamento.

Para trás ficaram aquelas batas habituais que, por vezes, mais do que embelezar o espetáculo se convertiam num empecilho para a bailarina. Atualmente, predominam modelos justos que deixam contemplar a beleza de movimento dos braços; saias compridas, amplas e acetinadas que a bailarina domina com graça para acompanhar o sapateado. Ocasionalmente é usada uma saia de cauda num número especialmente pensado para ela.

Tecidos e estampados

Embora o mais típico seja o padrão às pintas, desde sempre foram usadas flores e outros elementos nos estampados, bem como a combinação de cores lisas. Também é comum o uso de rendas como adornos e complementos ou como tecido principal do fato.

Para além das modas e do gosto pessoal da artista, tanto o vestido como os complementos dependem do palo a interpretar, o que afeta a escolha das cores e dos complementos.

Assim, para uma alegria, a bailarina usará cores alegres, folhos grandes, e complementos e adornos vistosos. Em contrapartida, para uma soleá, a indumentária será mais sóbria e escura para acompanhar o sentimento da peça.

No caso dos homens, o fato evoluiu para cores mais neutras. Normalmente, os bailarinos usam fatos de 2 ou 3 peças, curtos e cintados. O fato de 3 peças permite-lhes ir variando ao longo do número, trocando a jaqueta pelo colete e ficando mesmo só com a camisa.

Em relação às cores, predominam os tons neutros; preto e cinzentos escuros ou brancos e ocres, embora também seja frequente o uso do vermelho nos homens.

É frequente o bailarino também utilizar a sua roupa como complemento da dança. Por exemplo, são frequentes os movimentos taurinos, utilizando as peças como capote.

Complementos e adornos

Para além do fato, os complementos e adornos são muito importantes na interpretação da peça, fazendo parte inclusive dos movimentos.

Chamamos complementos aos outros elementos que completam a indumentária e que o artista utilizará como suporte para alguns movimentos. O xaile (grande) ou a mantilha ou piquillo (lenço pequeno), casacos, coletes e até aventais, no caso das senhoras, lenços ou écharpes, jaquetas, casacos curtos ou coletes, no caso dos homens.

Sobretudo no caso das senhoras, a indumentária é, muitas vezes, complementada com adornos, com brincos pendentes chamativos e travessas no cabelo ricamente adornadas que acompanham os movimentos da cabeça, flores no cabelo, franjas e ocasionalmente leques, bem como outros adornos.

Xaile

O xaile tem de ser suficientemente grande para abarcar o que sobra dos dois braços esticados em cruz. Não confundir com o pequeno xaile que acompanha os vestidos de folhos. Também é importante não pesar demasiado para poder manejá-lo bem.

Leque

O leque que é utilizado para dançar é maior do que os tradicionais e chama-se pericón. Costumam ser de cores lisas, sem desenhos. O seu manejo requer estudo e prática.

O calçado para dançar

Para qualquer bailarino, o calçado é uma peça fundamental, mas assume maior importância no caso do flamenco, já que o calçado de um bailarino ou bailarina, para além de os calçar, é um instrumento.

Os sapatos de flamenco têm cravos na biqueira e no tacão da sola que, ao chocar contra a madeira do solo, aumentam a sonoridade e a potência do sapateado sobre o palco.

Tanto homens como senhoras utilizam sapatos com algum tacão, o que facilita a potência do sapateado, e fechados para não se moverem durante os movimentos enérgicos dos pés.

No caso dos homens, os modelos variam entre os sapatos de cordões e as botas. As senhoras usam sapatos fechados, apertados com cordões ou uma pulseira ou fivela para se manterem seguros durante a dança.

Tanto homens como senhoras utilizam frequentemente a cor no calçado, um detalhe particularmente chamativo quando o restante vestuário é muito sóbrio.

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  • 1

    O traje dela

    Las telas que rodean al cuerpo contra el aire


    Para além do típico traje vermelho, o autêntico flamenco representa uma explosão criativa de tecidos, cortes, véus e estampados. Cada um está associado não só à personalidade da bailarina, mas também ao palo que interpreta.

    |

  • 3

    Os complementos

    La riqueza de detalles brota sobre las tablas


    Não são poucos os complementos e adornos que podem ser identificados no espetáculo flamenco. Ornamentos pendentes, travessas, flores, xailes, mantilhas, mantas, coletes, écharpes, lenços ou jaquetas são alguns deles.

  • 2

    O traje dele

    El porte que viste al bailaor


    Ao contrário do traje das senhoras, caracterizado pelos tecidos que permitem esvoaçar no ar, os homens vestem roupa mais justa e de porte mais sóbrio para enquadrar os seus movimentos. Apesar da sua indumentária sem véus, o bailarino também os integra nos seus movimentos, ao estender os braços e agarrar nos coletes ou camisas.

  • 4

    O calçado

    Cuando la danza contra el suelo crea ritmo


    As botas do bailarino e os sapatos da bailarina não são apenas mais uma peça da sua indumentária. Com a biqueira e o tacão da sola cobertos por cabeças de alfinetes, o calçado converte-se em mais um elemento da dança que gera percussão.

 

“Pensamos nesta experiência para reunir várias crianças que estão a trabalhar desde pequenas a expressão com a arte flamenca, para lhes dar as pautas dentro do cenário. E apercebemo-nos de que as crianças que as vinham ver atuar ficavam hipnotizadas com a arte daqueles meninos.”

Ivana Portolés (Diretora da Cardamomo e idealizadora de “O flamenco também é para meninos”).

O flamenco, mais do que um género musical, é uma forma de vida. Os flamencos têm-no presente em todos os aspetos da sua vida. Utilizam-no para reuniões, para comemorações, para cozinhar e até para adormecer bebés. E, deste modo, é vivido desde a primeira infância.

Assim, o flamenco tem uma repercussão especialmente visível nas crianças que, tantas vezes, dançam ou até tocam um instrumento, antes de saberem falar ou ler ou somar.

Consciente disso, a Cardamomo deixou-o registado num documentário, “Cardamomo em família”, com atuações insólitas de crianças para crianças, acompanhadas por artistas consagrados.

Essa gravação refletiu a autêntica natureza de uma filosofia de vida transmitida de geração em geração desde o berço.

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  • 1

    Trailer de O Flamenco também é para meninos

    Uma experiência da Fundação Cardamomo


    O que este vídeo revela enquadra-se num programa de formação por imersão no Flamenco, iniciado em 2013 pela diretora, Ivana Portolés, com o principal objetivo de que este Património Cultural Imaterial da Humanidade também seja ensinado nas escolas.

 

“O flamenco grita o que a minha alma cala.”
Claudia Casares

AS PALMAS

As palmas, “a mais certeira, antiga e essencial das percussões flamencas”, é um acompanhamento compassado do cante e da dança flamenca. Este símbolo representativo do flamenco é um acompanhamento rítmico que, juntamente com os toques dos nós dos dedos no tampo das mesas, surge no início desta arte, muito antes do uso do cajón e dos outros instrumentos de percussão.

No espetáculo são mais um instrumento. Fundamentam-se, sobretudo, no parâmetro rítmico, que se desenvolve dentro do conceito “compasso”, ou seja, dos ciclos rítmicos característicos da música flamenca.

O domínio básico desta forma de acompanhamento e o conhecimento dos diferentes ritmos são a base fundamental tanto para bailarinos, como para cantores, guitarristas e percussionistas, constituindo um complemento ideal e essencial na sua formação.

Os palmeiros que acompanham o cante, a dança ou a guitarra têm de controlar permanentemente as seguintes funções: manter o compasso, acompanhar as letras com palmas surdas ou sonoras, consoante necessário, dar resposta ao cante ou ao baile, responder às letras, acompanhar as escobillas e o acelerar (subidas de tempo) da dança, acompanhar os diferentes falsetes da guitarra, e também remarcar os remates e os encerramentos.

Daí que a aprendizagem das palmas requeira muita prática e tempo, não só para adquirir os reflexos das mudanças e a elasticidade métrica, como também para aprender a realizar em simultâneo todas estas funções que se desenrolam no cante, na dança e na guitarra, ajudando assim na sua interpretação.

Tipos de palmas

  • Surdas: As palmas surdas costumam ser utilizadas para acompanhar cantes básicos como o Soleá ou o Tientos. São palmas com um som moderado que serve para marcar o compasso, em momentos em que se pretende dar protagonismo ao cante.

  • Sonoras: Este tipo de palmas, chamadas sonoras ou abertas, são utilizadas em cantes de festa, tipo bulerías, alegrias…

Outros acompanhamentos rítmicos das palmas

O golpe

É acompanhar ou marcar o ritmo, através do golpe dos nós dos dedos sobre a mesa ou o som de um bastão no solo. É uma forma de ir marcando o compasso, ao mesmo tempo que o maestro pode ir dando indicações aos alunos.

Pitos

É um som realizado ao estalar as pontas dos dedos; este elemento é utilizado tanto pelo maestro para marcar o ritmo, como pelo bailarino para embelezar a sua dança.

Palillos (castanholas)

É um instrumento musical de percussão em madeira, conhecido pelos fenícios há três mil anos. O ritmo deve ser iniciado com a mão direita, cortando a última nota com o som da castanhola esquerda.

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O JALEO

Um dos aspetos mais chamativos no cenário do flamenco são gestos e exclamações que acompanham o cante, o toque ou a dança. Durante um espetáculo, é comum ouvir os palmeiros, os cantores ou parte de público gritar o clássico OLÉ!, bem como piropos, palavras de incentivo ou o nome do artista.

O flamenco é um espetáculo em que atuam diversos artistas, e a sua compenetração e a capacidade de comunicar em conjunto são fundamentais para transmitir a força, a paixão e a emoção que definem esta arte.

O jaleo é, por isso, o conjunto de gritos, felicitações e expressões de incentivo que a plateia ou o público entendido emitem de forma quase espontânea e emocional para estimular o artista a uma maior inspiração ou expressão. Trata-se de uma reação natural aos apontamentos ou momentos mais intensos de um número, executados a compasso e no momento adequado, para não romper a magia que se deve desprender de qualquer interpretação flamenca.

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  • 1

    Palmas, pitos e jaleos

    Um sentimento que envolve o tablado


    As palmas surdas costumam ser utilizadas para acompanhar cantes básicos como o Soleá ou o Tientos. São palmas com um som moderado que serve para marcar o compasso nos momentos em que se pretende dar protagonismo ao cante.

    Por outro lado, as chamadas palmas sonoras ou abertas, são utilizadas em cantes de festa, como bulerías, alegrias…

    O jaleo é um tipo de arenga, sinónimo de alvoroço, e refere-se a um ambiente entusiasta e ruidoso para elevar os ânimos.

    Quando falamos de pitos, referimo-nos ao som que é realizado ao estalar as pontas dos dedos. Este elemento é utilizado pelo bailarino para embelezar a sua dança e marcar o ritmo.

  • 2

    O golpe

    Marcando o compasso desde as origens


    Antigamente não existia nenhum instrumento de percussão no flamenco. Então, eram utilizados diversos elementos para marcar o compasso, como as mesas de madeira ou os bastões.
    Consistia em acompanhar ou marcar o ritmo, batendo com os nós dos dedos na mesa, ou com o som do bastão no chão.

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  • 1

    Pitos

  • 2

    Jaleo

  • 3

    Palmas sordas

  • 4

    Golpe (antigua percusión)

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“Uma das maravilhas do cante jondo, para além da melodia essencial, reside nos poemas. As mais infinitas gradações de Dor e Pena, ao serviço da expressão mais pura e exata, pulsam nos tercetos e quartetos da siguiriya e suas variantes.”

Federico García Lorca – Poeta (1898-1936)

A voz é solista e instrumento em si mesma. Até aparecer a guitarra, soava sozinha ou por vezes acompanhada pelos golpes dos nós dos dedos sobre a mesa ou pelas palmas. Por isso, ela mesma tem de ser capaz de produzir sentimentos, melodias e harmonias para comunicar com o público: o flamenco é uma arte que exprime sentimentos profundos.

A dor, a saudade, o amor e até a morte. Alguns palos flamencos têm mesmo nomes de sentimentos, como a alegria. Sentimentos que o cante tenta transmitir de forma autêntica, num instante único e irrepetível, sem importar o tamanho da audiência. As melhores condições para a sua expressão podem ser reuniões ou salas pequenas e situações de proximidade, como nos tablados.

 

São frequentemente interpretados poemas de autores como Miguel Hernández, Calderón de la Barca, Miguel de Cervantes, Jorge Manrique, Lope de Vega, Antonio e Manuel Machado, Rafael Alberti ou Federico García Lorca, entre outros.

O cante, na sua forma, foi sempre rígido, respeitando a estrutura, mas hoje em dia também se deixa um espaço onde se destaca a improvisação ou interpretação do artista.

Além disso, atualmente, convivem com a corrente mais tradicional do flamenco múltiplos exercícios de evolução e até de fusão do cante flamenco. Podemos ouvi-lo, mesclando-se com ritmos africanos ou orientais, ou com música afro-americana, como o blues e a salsa, entre outros.

A ESTRUTURA DE UMA PEÇA.

Relativamente ao papel do cantor, uma peça é composta por 2 partes: o Temple (ou afinação) e as letras.

Temple (ou afinação): O cantor tempera a voz para se assegurar de que está no tom da guitarra, adornando-o com melismas -técnica de mudar a altura musical de uma sílaba da letra de uma canção enquanto se canta-.

Letras: Chama-se letras a cada uma das partes líricas de alguns cantes. No Tablado, costuma-se cantar a letra de saída, mais 2 letras por cantor. Contudo, se o cantor sentir que a dança ou o toque, ou ambos, lhe transmitem emoção, entra a improvisação (“o Duende”, que dizia Camarão) e pode continuar. Também o bailarino o pode reclamar, se estiver inspirado.

A estrutura das letras do cante, por ordem de entrada, são: a Letra de Saída, a Primeira Letra, a Segunda Letra ou Valente e a Letra de Remate ou Saída.

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  • 1

    Temple

    Ou afinação


    O cantor tempera a voz para se certificar de que está no tom da guitarra, embelezando-a com melismas -técnica de mudar a altura musical de uma sílaba da letra de uma canção enquanto se canta-.

    |

  • 3

    Primeira letra

    De uma alegria


    É uma letra tranquila que consiste em ir entrando pouco a pouco na seriedade da dança.

  • 5

    Cante de encerramento

    As alegrias terminam com buleria


    A última letra serve de remate para a dança e o encerramento. Sobe de velocidade e quase sempre muda de palo.

  • 2

    Letra de saída

    De uma alegria


    Quase todos os cantes têm uma saída característica que corresponde ao estilo a interpretar, ais, lereles, tiritiais e outras tarabillas.

  • 4

    Segunda letra

    Também conhecida como "Valente"


    Nesta parte, o cantor enfrenta cantes de maior elaboração melódica, embora, em geral, com um sentido similar ao do primeiro cante. Esta parte é onde um bom cantor demonstra o seu domínio e tenta transmiti-lo, mostrando aquilo de que é capaz.

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  • 1

    Afinación

  • 2

    Segunda letra

  • 3

    Valiente

  • 4

    De cierre

Show results

 

“Há que escutar a mente para dançar, é a alma que tem de se expressar.”

María Juncal (Bailarina de flamenco)

O baile é o mais visual dos elementos de um espetáculo flamenco. Surge nas comunidades marginais da Andaluzia e Extremadura, mas a sua origem tem diversas fontes, com influências sobretudo ciganas, africanas, castelhanas e andaluzes. Trata-se, por isso, de uma dança popular e de origem racial que exprime, através do movimento, as letras das canções. Os bailarinos flamengos denominam-se “bailarinos” e “bailarinas”.

Formalmente, a dança flamenca é muito complexa, com múltiplas variações, passos e ritmos, fruto dos muitos palos existentes. Caracteriza-se pela transmissão de sentimentos através de movimentos suaves e elegantes de braços e mãos que contrastam com vibrantes e apaixonados sapateados no chão.

As coreografias são uma combinação de um profundo conhecimento da arte flamenca e a expressão livre do artista que interpreta literalmente a peça, deixando também espaço para a improvisação.

A dança sobre o tablado

O tablado é o pequeno cenário onde se desenvolve o espetáculo flamenco. O recolhimento deste espaço faz surgir uma ligação única entre artistas e espetadores que, ao estarem tão perto do cenário, até conseguem ouvir a respiração dos artistas ou ver cair as suas gotas de suor.

No tablado, todas as coreografias do espetáculo têm uma parte de improvisação, embora se baseiem na estrutura característica de cada palo. É esse o maior encanto do Tablado. O flamenco num tablado costuma apresentar uma mise-en-scène minimalista, baseando o espetáculo na expressão dos sentimentos.

No tablado, normalmente os bailarinos atuam de forma individual e a sua dança é composta pelos passos que executam, e também pelo uso do espaço, a sonoridade do chão como instrumento de percussão, e o movimento e manuseio dos elementos do vestuário.

Para além dos números individuais, também são frequentes os duos. Neste caso, os bailarinos mantêm um duelo com um olhar fixo e constante. Nas danças aos pares, o que prima é a união, a ligação e a comunicação entre os intérpretes.

Estrutura de uma peça básica de dança

A dança obedece, geralmente, a uma estrutura. Na maioria dos palos flamencos de dança, há duas secções diferenciadas em ritmo, estilo e acompanhamento que também se dançam de forma diferente, sendo a segunda mais rápida e energética do que a primeira.

Primeira secção

  1. Saída: é o momento em que o bailarino ou a bailarina entram no cenário e começa a dança.
  2. Chamada: O bailarino ou a bailarina executam um breve sapateado para dar passagem ao cante.
  3. Letra ou letras: Durante a parte centrada na interpretação do cante, o bailarino ou a bailarina realizam marcações ou passos, dançam e exprimem-se com o corpo, mas não interferem muito com a voz do cantor e ouve-se o cante.
  4. Remate da letra: O bailarino ou a bailarina executam um breve sapateado para dar passagem à guitarra.
  5. Escobilla: parte dedicada ao sapateado em que o/a bailarino/a se exprime mais, improvisando.

Segunda secção

  1. Final (Macho, Estribillo, Ida). A dança está no seu ponto culminante. Faz-se a última letra de um palo flamenco que costuma ser vibrante, veloz e energética. O seu nome vai depender de cada palo.
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  • 1

    Marcaçao

    Ao ritmo ou contra


    Passo de dança em que o intérprete se limita a marcar os tempos do compasso com movimentos corporais e diversos sapateados, mas sem os utilizar, deixando o cantor expressar-se, sem o ofuscar.

  • 3

    Llamada

    Por alegrias


    Secção dos números de dança que serve para chamar a atenção para a guitarra ou o cante, para realizar uma “mudança de terço”, ou para concluir ou começar uma parte da coreografia.

  • 5

    Sapateio

    E o sapateado com subida de pés


    Para o diferenciar do estilo dançável chamado sapateado, chama-se sapateio à ação de sapatear. Existem vários tipos de sapateado: com golpes buleaeros, ponteados, martelar da biqueira, cruzado em linha, deslocamento com sapateio, escobillas, alegrías e soleá, tanguillos e fandangos.
    A subida de pés é um sapateado em que vai aumentando a velocidade.

  • 7

    Remate com os braços

    Mais elegante


    Há diferentes tipos de remate. Por exemplo, o remate com os braços que termina a série de uma forma mais subtil e plástica.

  • 2

    Desplante

    Para rematar momentos da atuação


    O desplante, como tipo de marcação, é um entre tantos termos partilhados com a tauromaquia. Se, nessa disciplina, o desplante, esse gesto altivo, é feito pelo toureiro face ao touro, no flamenco é feito pelo bailarino ou bailarina perante o público, ao rematar algum momento da sua atuação.

  • 4

    Escobilla

    Por alegria


    Secção de uma dança flamenca em que domina o sapateado. Nas alegrias, é interpretada depois do silêncio, sendo um dos momentos mais vibrantes ou enérgicos na coreografia.

  • 6

    Remate

    Para concluir uma série


    Passo de dança para concluir uma série, costuma ser de 1 ou 2 compassos.

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  • 1

    Escobilla

  • 2

    Zapateado

  • 3

    Desplante

  • 4

    Remate

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“A música flamenca revela, em toda a sua pureza, os sentimentos mais íntimos do coração, e as ideias mais claras e tenazes do entendimento”
Antonio Machado – Poeta (1875-1939)

O toque faz referência ao acompanhamento musical das guitarras. O intérprete de guitarra flamenca é denominado “tocador”. Consoante o ritmo do toque são denominados os diferentes palos ou estilos.

A guitarra é o elemento que mais evoluiu ao longo da história do flamenco, ao ponto de ganhar protagonismo por si mesmo. Mas o tocador também está ligado a uma técnica e postura flamencas.

Por exemplo, a utilização do polegar é característica do toque flamenco. Os tocadores apoiam-no sobre a tampa harmónica da guitarra, e o dedo indicador e o médio sobre a corda superior à que estão a tocar. Assim consegue-se maior sonoridade e potência. O golpeador, como elemento de percussão, dota de uma grande força a interpretação flamenca.

A estrutura das peças da guitarra

Uma peça divide-se em várias partes ou variações que são os interlúdios realizados pela guitarra flamenca entre as diferentes letras de um cante.

  1. Introdução: Depois da afinação, a guitarra inicia a peça a interpretar no tom e estilo correspondente. O guitarrista escolhe de forma pessoal a introdução livre ou diretamente ao compasso, ao seu critério.

  2. Variação de guitarra e letra de saída: para a primeira letra, costuma-se escolher aquela cuja melodia se encontra no registo médio do cantor.

  3. Falsete: antes da letra valente a guitarra realiza uma secção principal da música que cria ou recria uma composição com um sentido musical autónomo, de composição própria ou recriando uma de um repertório.

  4. Variação de guitarra e letra valente: o segundo cante poderá ser num registo mais agudo.

  5. Remate da guitarra: pode ser uma pequena variação de remates, subindo de velocidade e intensidade.

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  • 1

    Afinaçao

    Para o temple


    Todas as peças começam assim. Cada palo requer um tom e os palos não se repetem, o que torna indispensável uma pausa antes de começar a tocar uma peça para mudar o tom. Este é um momento habitual em qualquer espetáculo flamenco.

    O guitarrista procura o tom de cada palo na penumbra e com a afinação para o Temple (a afinação em busca do tom), e o cantor já antecipa, na maioria das vezes antes de começar a tocar, qual vai ser o palo.

  • 3

    Polegar eo "Alzapúa"

    Dependendo de tocar uma ou várias notas


    O dedo polegar é utilizado para tocar guitarra. Chamamos polegar quando se toca apenas uma nota.

    A Alzapúa é uma técnica própria do dedo polegar da mão direita, em que este funciona como uma palheta ou plectro, premindo uma, duas ou mais cordas para conseguir motivos rítmicos de uma certa velocidade, premindo para baixo e para cima, especialmente nos bordões.

    Para além da alzapúa, o polegar realiza movimentos muito interessantes e utilizados com muita frequência, como, por exemplo, intercalar o seu ataque com o dedo indicador. Faz-se com uma rotação de pulso, como se o pulso fosse quem determinasse o ataque, atingindo uma grande velocidade.

  • 5

    Golpe

    Percussão com a mão direita enquanto se toca


    Consiste na ação e efeito de golpear a tampa harmónica da guitarra com a unha ou a ponta dos dedos da mão direita. No flamenco, a execução da percussão desenrola-se de forma simultânea ou sucessiva à realização de diferentes acordes, notas, ritmos, rasgueos, alzapúas, etc. Este efeito é normalmente utilizado para apoiar os acentos de determinados toques.

  • 7

    Escobilla

    Do bailarino


    É típico acompanhar com arpegios lentos e precisos de início e, depois, ir gradualmente ficando mais complexo.
    É tomado muito cuidado para não pressionar com a velocidade do ritmo, para não forçar o bailarino ou bailarina na sua técnica de sapateado, que se tornará cada vez mais complexa e conterá mais golpes – embora isto não queira necessariamente dizer mais rápido.

  • 9

    O silêncio

    Da alegria


    O silêncio da alegria é uma secção deste palo que se realiza antes da escobilla, em que intervêm a dança e a guitarra.

    O compasso da alegria é de doce tiempos e em modo maior, exceto nesta parte que se toca em modo menor.

     

  • 2

    Rasgado

    Para conseguir um som contínuo


    É um dos elementos técnicos mais importantes e variados. Consiste em roçar as cordas de forma rápida com os dedos da mão direita (com movimentos em algumas ocasiões em forma de leque), produzindo um som contínuo nas cordas, subindo de primas a bordões ou vice-versa.

  • 4

    Trémolo

    Com três dedos


    Há alguns acordes muito utilizados no flamenco, com digitações pouco frequentes para a mão esquerda na guitarra clássica e cujo domínio nos permite uma maior destreza com o instrumento.

  • 6

    Entrada a uma alegría

    Com técnicas de guitarra


    Esta melodia de entrada ou primeira letra é utilizada para procurar com a guitarra o registo médio do cantor.

    Além disso, neste vídeo aparecerão diferentes técnicas de guitarra, como o arpegio, o picado – ou punteado -, o ligado, a falseta ou a horquilla.

  • 8

    Encerramento em buleria

    De Cádis


    O palo da alegria termina em buleria de Cádis.

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  • 1

    Rasgueo

  • 2

    Trémolo

  • 3

    Golpe

  • 4

    Afinación

Show results

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¡Enjoy the experience!

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